Corpo de texto: fragmentos.

sábado, junho 25, 2005

Tosse Convulsa. "Por razões crepusculares..."

Por razões crepusculares, a nossa total inépcia
de englobar o oceano inteiro no nosso corpo,
seja pelo olhar ou outro modo liminar,
consolida-se numa contínua pretensão, ou mais,
uma presunção, em inventar delírios capazes de
retransmitir essas mesmas percepções numa capaz,
transmissível e ecuménica língua. Entre uma coisa e
outra, a total ignorância sobre as tendências que
regulam a matéria, viesse o diabo e escolhesse...
como se os julgadores não fossem deste mundo
quem instituem as permutas de dessintonias várias,
numa investigação que chegará, algures (ou nenhures)
e nalgum (ou nenhum, tudo num “fora”) tempo,
a uma só Figura. Síntese simples e conclusiva,
facto de fronteira, quesito ou formulação
de direitos sobre o impedir da razão: nitidez
atomística que não devem ao rigor qualquer
conjunto prévio de benesses. Deixar-se estar
espraiado no fio do horizonte como se numa
borda da cama, vendo quem se ama a sair do
banho, cabelos a escorrer numa secante aos
círculos que o sol desenha por entre os vidros.